Uber: benefícios para o cliente, mas nem sempre para o trabalhador

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Paulo Ricardo de Souza DouradoO aplicativo Uber já é tendência no Brasil e no mundo. Com preços mais acessíveis e maior alcance do que os táxis, muitas pessoas optam em se locomover por ele. Mas será que esse novo modelo de transporte pode ser lucrativo para quem está sem emprego e deseja ser motorista de Uber?
No início, quando o aplicativo ainda não era tão popular, era possível tirar um lucro melhor. Porém, com o passar do tempo, quem deseja trabalhar no ramo precisa perceber que a concorrência aumentou muito. Além disso, é preciso levar em conta os custos: aqueles que trabalham com carro próprio saem em vantagem nos lucros em relação aos que investem em um novo veículo. No segundo caso, cobrir o preço do investimento pode levar alguns meses.

Outro ponto é o que se espera do aplicativo. Seria a renda principal ou complementar? Isso porque aqueles que tiram do Uber seu principal sustento vão precisar dedicar mais horas de trabalho, o que coloca o automóvel em maior desgaste e risco de acidentes. Já para quem faz do Uber um complemento, escolher horários estratégicos já pode trazer um bom retorno.

É preciso lembrar que, ao contrário dos taxistas, o motorista do Uber arca com o custo total do carro, ou seja, não há isenções na compra do veículo. Por outro lado, não há taxas para órgãos públicos ou necessidade de licenças para operar.

As vantagens da isenção das taxas e burocracias podem parecer atraentes, mas no final, não há vínculos empregatícios e direitos trabalhistas assegurados. Além disso, o preço da corrida é baixo e só o Uber retira 20/25% do dinheiro recebido. O aplicativo, portanto, se volta exclusivamente para o cliente em função dos preços em conta, mas nem sempre é um benefício para o trabalhador.
LUCRANDO E SE DESTACANDO

Uma boa solução encontrada para aproveitar melhor o Uber é ficar por dentro dos eventos nas redes sociais. Seguir páginas de centros culturais, boates, casas de festa, bares e outros espaços de lazer e entretenimento da cidade é uma tática inteligente para se manter informado sobre os melhores locais e horários para dar uma ronda. Além disso, é necessário estar disposto a trabalhar aos fins de semana e de madrugada.

Para economizar, muitos não deixam o ar condicionado ligado. Oferece-se ao cliente antes para só ligá-lo se ele quiser. Isso também vale para o rádio. Outro ponto é a disposição para conversar, caso o passageiro goste. Muitos procuram não ser monossilábico nas respostas: comentam sua impressões e devolvem com perguntas para demonstrarem interesse. Por fim, a estratégia mais infalível: o sorriso. Ninguém reclama quando o serviço é oferecido de maneira gentil e bem humorada. E, num emprego tão instável, isso muitas vezes pode ser decisivo para cativar o cliente.